Um corpo macio e inflável, um globo de prata, se expande na esquina da Alameda, no centro de Santiago do Chile. As pessoas não passam por aqui sem tocar no material estranho. Eles observam curiosas o novo objeto avançando sobre o espaço público. Atrás dele, a Galeria Gabriela Mistral está escondida e desaparece.
A proposta curatorial de Javier González Pesce para o "Museu em Campaña", uma intervenção realizada em conjunto com o arquiteto Smiljan Radic, pretende celebrar o 30º aniversário do espaço cultural com um "ato de desaparecimento que opera não como uma ilusão, mas em termos materiais". A inauguração ocorreu em 30 de setembro e a instalação seguirá até 30 de outubro.
No interior, dentro da mesma estrutura, está exposta a coleção reunida nos últimos 30 anos. Trabalhos de Rodrigo Araya, Magdalena Atria, Fabiola Burgos, Jorge Cabieses-Valdés, Patricia Domínguez, Nicolás Franco, Maria Karatntzi, Martín La Roche, Alejandro Leonhardt, Francisca Sánchez e Johanna Unzueta, entre outros, podem compõem a mostra.
Tanto o piso quanto o teto estão agora cobertos. Somos transportados para outro mundo. No fundo, descobrimos que é um pouco transparente e vemos as silhuetas e sombras de quem caminha do outro lado.
Radic e González trabalharam durante meses na proposta e, no jogo com a visibilidade, há outro sentido: mostrar o trabalho de artistas chilenos jovens e de meia-idade, constituindo uma plataforma para evidenciar o desenvolvimento de novos talentos de todo o país.
A Galeria possui uma das coleções de arte contemporânea mais representativas dos últimos 30 anos. É um espaço público, que tem um modelo de gestão e uma flexibilidade para abordar as principais questões das artes visuais, com uma estrutura "suave", que dá espaço para adaptar a gestão e a programação às contingências de mudança que enfrentamos como espaço cultural permanentemente - diz Florencia Loewenthal, diretora da GGM.